Trabalho infantil - Crianças exigem direito à infância
Aos
12 anos, Anna, nascida no Lémen, foi obrigada pelas circunstâncias a
deixar a escola para trás. E também a infância. A avó, que tomara conta
dela depois da morte do pai, adoeceu e deixou de ter meios para a
sustentar. Uma tia arranjou-lhe emprego noutro país. Na casa para onde
foi servir, como empregada doméstica, na cidade filipina de Malaybalay, Anna era molestada sexualmente. Mais tarde, quando percebeu que planeavam destinar-lhe outras tarefas – transportar drogas nas ruas de Manila – fugiu.
A
Bien, nascida nos Camarões, foram as marcas dos maus tratos que o seu
corpo fraco exibia que denunciaram o drama em que a sua curta vida se
tornara. Órfã de pai e mãe desde os 11 anos, era obrigada por uma tia a
acordar às três da manhã para fazer a lida da casa, passar a ferro,
lavar a loiça, fazer comida. O resto da jornada era dedicada a vender
bolos junto a uma escola. Quando se enganava nos trocos, batiam-lhe. Até
que um dia um vizinho contactou a coordenação nacional da Marcha
Mundial contra o Trabalho Infantil, e relatou o que se passava.
Hoje, Anna tem 16 anos e Bien é um ano mais velha. As
suas curtas biografias aparecem na lista dos delegados do I Congresso
Mundial de Crianças contra o Trabalho Infantil – que, entre os dias 10 e
13 de Maio passado reuniu, na cidade italiana de Florença, crianças
provenientes de várias partes do mundo. Através desses pequenos textos
ficamos a saber que ambas as meninas estarão a ser devidamente acompanha
das. O pesadelo teve um fim.
As histórias de Anna e Bien não são muito diferentes das de outras crianças participantes neste congresso, bem como
de outras ainda que era suposto terem participado, mas a quem o Governo
italiano não deu autorização para entrar no país. Promovido pelo
movimento Marcha Mundial contra o Trabalho Infantil, o evento teve,
ainda assim, a originalidade de dar voz a quem já foi, ou ainda é,
vítima de exploração. E de pôr políticos, representantes da banca mundial e de organizações internacionais a ouvir as suas exigências.
Segundo
os cálculos da Organização Internacional do Trabalho (OIT), o trabalho
infantil afecta 246 milhões de crianças; 110 milhões têm menos de 12
anos; 171 milhões exercem actividades perigosas ou em condições que põem
em risco a sua saúde.
ALUNOS: Kailan Junior Gottardi, Micheli de França Rozza, Misael Pablo Sarda e Rubiana Camile Conceição
Professoras: Kerli Bittencourt e Franciele Barth
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